BRASIL E VENEZUELA SÃO ALVOS DOS USA, POR CAUSA DO PETRÓLEO

A disputa por petróleo voltou ao centro das atenções mundiais. Agora é a vez do Brasil e Venezuela. Depois que a Rússia acusou a Turquia de derrubar um avião russo para supostamente proteger suprimentos que vem adquirindo do grupo extremista autodenominado "Estado Islâmico".
Mas não é a primeira vez que a matéria-prima ─ bem como outros combustíveis fósseis ─ está na origem de conflitos ao redor do mundo.
O petróleo é uma das peças centrais no conflito envolvendo o grupo autodenominado "Estado Islâmico" no Iraque e na Síria.
Vender a matéria-prima é uma fonte de recursos importante para os extremistas, algo estimado em US$ 2 milhões (R$ 7,5 milhões) por dia.
A Rússia vem realizando ataques contra alvos do "EI" no Iraque e na Síria
O "Estado Islâmico" controla a maioria das regiões produtoras de petróleo na Síria e também capturou campos de petróleo em Mossul (norte do Iraque) na medida em que foi expandindo seus domínios.
O petróleo é vendido a vários compradores, incluindo o próprio governo sírio, e a intermediários que, por sua vez, vendem a matéria-prima na fronteira com a Turquia.
É esse comércio que a Rússia acusa a Turquia de querer proteger quando derrubou o caça Sukhoi 24. A Turquia, por sua vez, nega comprar petróleo do "Estado Islâmico".
Iraque possui 5ª maior reserva de petróleo do mundo
Em 2002, o vice-primeiro-ministro do Iraque, Tariq Aziz, disse que as ameaças de ação militar contra o país envolviam o petróleo, uma percepção comum no mundo árabe naquele momento.
O Iraque possui grandes reservas, e muitos especialistas afirmam que a matéria-prima foi certamente um fator importante, senão a principal razão, para a escalada de violência no país.
Em 2002, a revista britânica The Economist escreveu que, embora a alegação para a invasão do Iraque tenham sido as supostas armas de destruição em massa detidas pelo então regime do de Saddam Hussein, a abertura das enormes reservas de petróleo do país ao capital estrangeiro também teria motivado a ofensiva americana.
Outro fator, segundo a publicação, seria a suspeita de que Saddam também usava a renda obtida por meio da venda do óleo para financiar a expansão de sua influência estratégica na região.
O então vice-presidente americano Dick Cheney, alertando sobre as ambições do Iraque, disse em agosto de 2002: "Saddam Hussein busca dominar o Oriente Médio inteiro e tomar controle de uma grande parcela dos suprimentos de energia do mundo".
O conflito do golfo teve origem após a invasão do Kuwait pelo Iraque. Saddam considerava o pequeno país do Golfo Pérsico, rico em petróleo, uma província iraquiana.
A intervenção liderada pelos Estados Unidos foi em grande parte motivada pela necessidade de assegurar o petróleo do Kuwait e também impedir que Saddam expandisse seu controle sobre a matéria-prima.
Golpe de Estado no Irã (1953)
O petróleo também teve papel importante no golpe de Estado de 1953 no Irã ─ organizado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.
Os dois países tentaram derrubar um primeiro-ministro eleito, Mohammed Mossadegh, e substitui-lo por Mohammad Reza Pahlavi, cujo reinado terminou quando fundamentalistas iranianos chegaram ao poder, em 1979.
O principal "erro" de Mossadegh foi ter nacionalizado a companhia de petróleo anglo-iraniana, precursora da British Petroleum (hoje BP) e controlada à época pelo governo britânico.
Invasão alemã ao Azerbaijão, país rico em petróleo, foi divisor de águas na 2ª Guerra Mundial, considerada uma guerra contra o nazifascismo, mas o petróleo exerceu forte influência no conflito.
O ataque japonês a Pearl Harbor tem origem, pelo menos em parte, na decisão dos Estados Unidos de limitar as exportações de petróleo para o Japão em 1941, em resposta à invasão japonesa da China.
O Japão dependia quase totalmente de petróleo importado, principalmente dos Estados Unidos, e precisava da matéria-prima para a sua frota naval.
Já na Europa, o Azerbaijão, país rico em petróleo e então parte da União Soviética, era um dos alvos da incursão alemã rumo ao leste, em 1941.
Foi por causa dessa ofensiva que os alemães acabaram cercados e derrotados em Stalingrado, um divisor de águas na guerra.

Joel Fraga

Joenalista



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