GOVERNO TEMER NÃO RESISTIRÁ A DELAÇÃO DE CUNHA E FUNARO
A carta de Janot e a delação do doleiro
Funaro colocam o Governo sem opção.
A carta
de Janot afirma fim do governo Temer em breve, provavelmente deve estar baseado
na delação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do lobista Lúcio Funaro, que
promete esclarecer toda a trama do Planalto e do PMDB.
As delações que deverão ser apresentadas pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente irá expor o
grupo de Temer, como os maiores destruidores da nação, controladores de toda câmara
e da Justiça.
O Planalto busca reunir apoio da base para evitar a
aceitação, pela Câmara dos Deputados, da denúncia contra Temer por corrupção
passiva. O caso envolve a mala de dinheiro recebida pelo ex-deputado Rodrigo
Rocha Loures e diversas delações, ainda em curso, que irão confirmar toda
participação da JBS e dos presidentes das casas.
Com o trabalho neste mês, investigadores que atuam no caso
esperam deixar todo o material das delações pronto e entregar o acordo para
homologação do Supremo Tribunal Federal nos últimos dias de julho.
Desta forma a homologação poderá acontecer no início de
agosto e Janot conseguirá enviar a segunda denúncia contra Michel Temer pouco
tempo depois da volta do recesso do Judiciário.
A delação do doleiro Funaro, pode revelar a realidade da
quadrilha, que está mergulhada a cúpula do PMDB. Operador muito conhecido no
mercado de capitais de São Paulo, Lúcio Funaro é um profundo conhecedor do
propinoduto que abasteceu o PMDB. O fato de ele e Cunha fecharem uma delação ao
mesmo tempo não é surpreendente dada a ligação estreita entre os dois. Eles se
conhecem há 20 anos.
Funaro foi o único delator da ação penal 470, o julgamento do
mensalão. Foi por meio de uma empresa que ele controlava, através de laranjas,
a Garanhuns Empreendimentos, que Funaro repassou R$ 6 milhões a Valdemar Costa
Neto (PR-SP). Em troca de benefícios judiciais, operador admitiu os pagamentos
ilegais ao então líder do PL.
Na época do mensalão, Cunha morava em um apartamento de
Funaro sem pagar aluguel em Brasília e depois o operador pagou carros de luxo
registrados em nomes de empresas do ex-deputado.
Funaro foi preso em junho do ano
passado depois da descoberta do esquema de cobranças que ele operava, em nome
de Eduardo Cunha, de empresas para ter acesso a empréstimos com juros abaixo
dos praticados no mercado do fundo de investimento do FGTS.
No primeiro mandato de Dilma, o então poderoso líder do PMDB
na Câmara emplacou a nomeação do executivo Fábio Cleto para uma
vice-presidência da Caixa.
Segundo o Ministério Público, era Funaro quem vendia as
promessas de facilidade no FI-FGTS a empresários, que depois eram efetivadas
com a ação de Fábio Cleto, membro do conselho do fundo. Cleto virou delator.
O potencial de estrago de Funaro para o presidente vai além
da denúncia de obstrução da Justiça. Foi o operador que esteve no escritório de
José Yunes, amigo de 40 anos de Michel Temer, para entregar um pacote de
dinheiro com propina da Odebrecht na campanha de 2014.
Antes mesmo da homologação da sua delação, Funaro foi o pivô
da prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos peemedebistas que
pertenceram até pouco tempo atrás ao entorno do presidente Michel Temer.
Antonio Figueiredo Basto, que defende Funaro, disse que não
vai comentar a defesa de seu cliente.
Fonte: http://www.plantaobrasil.net/default.asp
Joel Fraga
Jornalista/
Filósofo
Comentários
Postar um comentário